quarta-feira, 2 de julho de 2008

O NEGRO QUE CALOU HITLER


Berlin, 1936. Hitler estava no poder há três anos, e sem dúvida já pensava na sua Segunda Guerra Mundial, que iniciaria três anos depois. Ele era um mestre da propaganda política, e resolveu usar as Olimpíadas como instrumento de publicidade de seu regime e da raça branca, que ele afirmava ser superior às outras.

Essa foi a maior competição até então. O número de participantes masculinos foi a 3600, e femininos 328, representando 49 países.

No atletismo a Finlândia confirmou sua tradição, ganhando muitas provas, e ficando em quinto lugar no total dos Jogos -- um ótimo resultado para um país pequeno. Até aí tudo saiu bem para Hitler: os finlandeses eram de pura raça branca. Já a maratona foi vencida por um japonês, de raça amarela. A maior decepção para Hitler, porém, foi o desempenho do atleta negro americano Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro em salto em distância e corridas. Eram justamente as provas em que a Alemanha esperava brilhar. A medida que Owens ganhava cada prova Hitler ia ficando mais irritado, e mandava algum assessor entregar a medalha, em vez de fazê-lo ele mesmo. Quando o americano venceu a quarta prova, o ditador retirou-se do estádio, furioso. Jesse Owens passou para a história como símbolo da estupidez das teorias racistas de Hitler. Seu recorde mundial no salto em distância, de 8,06m só foi superado 24 anos depois, em 1960.

Terminados os jogos, os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar nas medalhas de ouro, mas perderam para a Alemanha no total de medalhas.

ZUMBI DOS PALMARES


Zumbi nasceu livre em Palmares, Pernambuco, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado "Francisco", Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar das tentativas de torná-lo "civilizado", Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.

Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita. Mas Zumbi olhava os portugueses com desconfiança. Ele se recusou a aceitar a liberdade para as pessoas do quilombo enquanto outros negros eram escravizados. Ele rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi torna-se o novo líder do quilombo de Palmares.

Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido.

Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares.

Zumbi é surpreendido pelo cap. Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos).

Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695.

Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.

Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."

Zumbi é hoje, para a população brasileira, um símbolo de resistência. Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra.

É também um dos nomes mais importantes da Capoeira[1].